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Artista Plástico concede trabalho que aborda o desastre-crime de Mariana/Rio Doce para o Seminário


Crime Ambiental / Vandal Art. [ Renato Ren ]

Criador da exposição Táticas de Graffiti e Não Graffiti, aberta na semana passada em Vitória, o artista Plástico Renato Ren concedeu para o Seminário de Balanço de 2 anos do Rompimento da Barragem de Fundão a obra Crime Ambiental / Vandal Art. A imagem é destaque no site do seminário, que começa nesta segunda-feira, dia 6, e prossegue até quarta, dia 8, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

O trabalho mostra a imagem do Rio Doce, atingido pelo desastre-crime de Mariana/Rio Doce, e utiliza conceitos e técnicas tradicionais de intervenção de graffiti. “Usei stencil e tinta aerosol para criar a pintura sobre papel e depois fixei ela no espaço urbano com cola, assim podemos identificar esse trabalho como um lambe-lambe e uma tática de intervenção urbana”, explica Renato.

Para produzir o trabalho, o artisto plástico utilizou como referência um mapa publicado no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). O mapa indica a área por onde se espalhou as plumas de sedimentos (rejeitos) do crime ambiental no mar, a partir da foz do Rio Doce.

“Fiz uma relação desse crime ambiental (impune até o momento) com o enquadramento da prática da pichação na lei de crime ambiental. Quando vi a imagem do mapa e a proporção da mancha de contaminação, pensei que essa é a maior pichação que já feita, só que por uma empresa de mineração e que manchou um rio inteiro e uma enorme área de mar”, compara Ren.

Ele conta que na exposição, instalada na Galeria Homero Massena, há uma outra obra que aborda o desastre crime de Mariana/Rio Doce. Trata-se do trabalho: Manutenção Histórica/Calçada Portuguesa, onde o artista realiza pequenas peças de cerâmica que simulam pedras de calçada portuguesa, modeladas à mão e com uma inscrição de texto feita com o auxílio de um tipo de carimbo.

“Parte desse trabalho aborda o rompimento da barragem que destruiu o Rio Doce, pois escrevo os nomes das espécies de peixes que habitavam o rio antes do crime, numa tentativa de denúncia ou manutenção da memória”.


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